martes, 4 de septiembre de 2007

David Freischuetz

Despedida

As fotos são apenas
Retratos para esquecer
O sangue já não é sangue
Apenas algo que me faz ainda dar
Os últimos suspiros

Em forma de despedida antecipada
Esta carta escrita sobre a luz fraca dos candeeiros
Da estação dos caminhos de ferro, suja de mais
Herr Gluck acena-me da linha 1
Mal sabe ele, ser o ultimo a acenar-me...

Ontem...

O cheiro a óleo nas madeiras que prendem os trilhos
Estão retorcidos pelo passar do tempo
As lágrimas que se vertem sobre a folha
Tingindo o até agora escrito
São minhas

A vontade enorme de encontrar a liberdade
Nem que seja por um segundo
Mas fraco, fraco demais
Revendo o passado cada vez mais presente
O sonho cada vez mais ausente
A dar cada vez mais...

Eu mesmo
O jardim de árvores sussurrantes
Os passe-partouts carregados de doces sorrisos
Cada vez mais o abismo que se abre frente a mim
As veias sentem que estão perto do fim do seu trabalho

Morro triste e usado
Com os olhos vermelhos, a voz trémula
Que já nem eu ouço

Fim.






David Freischuetz, 04/09/07

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